- Embrapa lança primeira versão das diretrizes para certificação da soja baixo carbono, baseada em adequação do imóvel rural e do sistema de produção.
- A adequação da propriedade envolve itens como eliminação de queimadas deliberadas e respeito ao vazio sanitário, ao calendário de semeadura da soja e à legislação.
- A adequação do sistema de produção diz respeito à adoção de práticas agrícolas obrigatórias, complementares, e melhoria do balanço de carbono.
- Documento subsidia a validação da metodologia em mais de 60 áreas agrícolas, distribuídas nas cinco macrorregiões sojícolas brasileiras.
- Depois de validado, o processo de certificação deverá estar disponível ao mercado em 2026.
- Propriedades rurais poderão submeter o seu sistema de produção à aferição de indicadores de alcance, por certificadora credenciada, para obter o selo Soja Baixo Carbono (SBC).
- Ao ser certificada, a produção com baixas emissões de carbono será um diferencial competitivo de valorização no mercado.
- Estimativa é que a produção com selo SBC possa mitigar as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 30%.
Embrapa e parceiros avançam na definição das diretrizes técnicas para validar a metodologia de certificação da soja baixo carbono. Foi publicada a primeira versão do documento Diretrizes técnicas para certificação Soja Baixo Carbono. O documento contém as premissas para atestar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção agrícola candidatos do Brasil. Essas premissas estão sendo usadas para subsidiar a coleta de dados em mais de 60 áreas agrícolas em cinco macrorregiões sojícolas, durante duas safras (2023/2024 e 2024/2025).
“A publicação das diretrizes de certificação nesta etapa é fundamental para validarmos cientificamente a metodologia de quantificação que está sendo desenvolvida pela Embrapa”, explica o coordenador do Comitê Gestor do Programa Soja Baixo Carbono (PSBC), Henrique Debiasi, pesquisador da Embrapa Soja (PR).
Debiasi enfatiza que essa é uma das maiores iniciativas setoriais brasileiras. Ela visa agregar valor à soja produzida em sistemas que contribuem para a redução das emissões de GEE. O Programa estima que, ao se adotar as tecnologias sustentáveis descritas na publicação, o potencial de redução das emissões nos sistemas de produção com soja pode ser de, aproximadamente, 30%.
De acordo com o pesquisador, o escopo do PSBC prevê a comparação dos sistemas de produção típicos (culturas agrícolas utilizadas e as práticas de produção adotadas) com as áreas candidatas a receber o selo Soja Baixo Carbono (SBC), ou seja, que adotam soluções mitigadoras. “O objetivo é tornar tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos do grão, a partir de tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de GEE”, explica. “O conceito está pautado na mensuração dos benefícios e na certificação voluntária das práticas de produção que comprovadamente resultem em menor emissão de GEE”, acrescenta.